quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Pedal dos Costões (dia 3)

Mais um dia...
Acordamos no terceiro dia logo cedo e o sol já brilhava forte, ainda tínhamos a companhia da lua, quase cheia, que nos iluminou durante toda a noite.

 
Agora as pernas já começam a apresentar as primeiras dores, afinal já havíamos pedalado mais de 150 km.

Arrumamos tudo e partimos, logo estávamos curtindo o visual da Barragem, em toda sua extensão, contornada pelas escarpas da Serra Geral.
Seguimos caminho e algumas cachoeiras depois, estávamos no centro de Treviso, onde fizemos aquele “café da manhã”.
O sol nesse momento começa a ser inimigo, já fazia quase 30º, mas não podemos desistir nem mesmo desanimar, pedal na estrada. 

Infelizmente estamos no trecho menos bonito, em função da degradação pelas minerações, principalmente de carvão, que se estendem até Lauro Muller.
Um trecho com vários morros, estradas terríveis e com um trafego intenso de caminhões pesados. Não fosse a beleza da Serra que está logo ali depois das minas (algo em torno de 5 km), seria um do piores locais do mundo pra se pedalar. Isso sem contar com o sol que nesse momento nos castigava ainda mais.

Pouco antes de Guatá (localidade pertencente a Lauro Muller), bem ao pé da Serra do Rio do Rastro, tivemos que parar para um descanso do sol. Já era mais de meio dia e precisávamos nos refrescar, então, dentro de um pequeno rio, embaixo de uma ponte descansamos por aproximadamente 1h, para só então seguirmos viagem.
 
Mais uma hora de pedal e novamente precisamos nos hidratar. Muita água de coco e energético pra repor os sais e a água, perdidos com o suor, que nesse momento nos encharcava.

Desse ponto em diante o trajeto começa realmente a ficar especial, a pirita é trocada pelo areão, apesar ainda de muitos morros, tínhamos sombra por boa parte do caminho, que ficava cada vez mais bonito, com características rurais e não mais industriais como no trecho anterior. Isso sem contar com as cachoeiras à beira da estrada!

Nessa parte do caminho teríamos um problema na navegação, não tínhamos parte do mapa, faltava algo em torno de 16Km2. Então, traçamos uma reta aproximada para cortar tal área (aprox. 4 km), que por fim, na prática, se estendeu por mais de 10 que foram vencidos graças a muitas informações com os populares da região. Então logo retomamos nosso trajeto e tempo depois chegamos a Brusque do Sul (comunidade que pertence a Orleans) que fica 10,5 km do Parque Estadual da Serra Furada, a qual pode ser avistada ao longe.
Aqui nessa pequena e extremamente hospitaleira comunidade, montamos nosso terceiro e ultimo acampamento. Utilizamos um galpão de rodeios como camping e logo estávamos bem instalados e protegidos do tempo, e bem à beira de um rio, onde mais uma vez podemos nos banhar.
Nossos corpos já estavam ficando debilitados, até esse dia a única refeição que fizemos além dos lanches tinha sido macarrão instantâneo com sardinhas ou atum. Foi ai que lembramos que, ao chegar à comunidade o pessoal num boteco havia comentado que teriam um churrasco na cancha, naquela noite.
Prontamente Diogo, retornou a vila (cerca de 500m) para tentar “descolar” uma janta mais reforçada para nós. Eis que 15min. depois ele aparece com um generoso pedaço de costela bovina assada, que naquele momento parecia uma miragem!
A tal costela foi devorada e sentimos nossos corpos agradecendo as proteínas que estavam sendo consumidas. Certamente foi nossa melhor e mais substancial alimentação durante toda a viagem.

Agora sim, com a barriga cheia podemos descansar para amanhã, encarar mais um dia de pedal, que mais uma vez seria repleto de subidas íngremes desde o início.

Continua...

Um comentário:

Diogo disse...

Então! Eu digo que estes quatros dias foram dias de muitos sorrisos, muita contemplação, parceria e satisfação.
Serviu também para avaliar do que somos capazes!! Foi uma trip forte para o corpo e para a alma...
Morros íngremes que pareciam que não iriam acabar... Olhávamos para cima e dizíamos para nós mesmos: “dá-lhe!”
Pedalamos de todas as formas possíveis... e vencemos cada morro...
No final de cada um deles éramos premiados com o visual das encostas das serras, suas cachoeiras e também com as descidas alucinantes... Conhecemos novas pessoas, lugares e nos conhecemos mais um pouco...

Cada acampamento foi especial!!! Pedalar por horas e depois tomar um banho de rio?! É bom de mais!!!

Sentia saudade da família... Mas pensar na família me motivava...

Foi incrível e recomendo o mesmo para todos!!!

Marlon, mais uma vez obrigado pelo convite! Vamos pensando no próximo ciclo!

Darlan, conto com vc para as próximas e obrigado pela parceria e cia!
Lara, apoio total!! Obrigado! Vamos pedalar juntos!

Bi, Lecke, Fabiano vcs estavam juntos conosco de certa forma... vamos na próxima.. ok? (né Marlon?!)

Obrigado a cada parceiro que pedalou comigo este ano... e que ainda vai pedalar!

E para minha amada Andréia e filhotes que já estão treinando para me acompanhar nas próximas trips!!

Grande Abraço!!!

Valeu!