segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Pedal dos Costões (dia 1)


Buenas parceiros de aventuras!
No ultimo dia 12, iniciamos a execução de uma das minhas maiores aventuras, talvez a maior!

Foram aproximadamente 12 meses de planejamento, entre compra de equipamentos, treinamentos, traçado de rotas, etc..., mas nada disso foi em vão! Tudo saiu “como no planejado”.
O propósito era pedalar de Praia Grande, na divisa com RS, até Rancho Queimado já na região de Florianópolis, sendo que o caminho percorrido seria sempre o trajeto mais próximo aos costões da Serra Geral Catarinense.

Assim, Lara nos deixou no centro da de Praia Grande as 8:15h da manhã da ultima quarta.
Começamos nosso pedal sob uma garoa intensa, mesmo assim não desanimamos.
Porém logo nos primeiros quilômetros começamos a sentir a dificuldade que é pedalar com 12 quilos na garupa, ainda mais em estradas péssimas e em função da chuva, também com muita lama.

Logo no início da viagem, pouco antes de chegarmos a nossa primeira parada, Jacinto Machado, onde nos alimentaríamos antes de seguir à Timbé do Sul, surgiu o nosso primeiro problema “mecânico”: a rosca de um dos parafusos que segura à garupa na bike do Darlan, espanou. Um parafuso de menos de dois cm, queria (e se não fosse nossa dedicação, teria conseguido) acabar com nossa aventura. Mas, graças a algumas presilhas (lacres) que havia levado, conseguimos enjambrar algo até chegar à cidade. Assim seguimos, e no centro de Jacinto, por volta das 11h, totalmente enlameados e sentindo o “peso” das intempéries e dos alforjes, fizemos nossa primeira parada.
Estávamos preocupados com a garupeira, era feriado e não havia mecânicas abertas, então, conseguimos em um terreno baldio ao lado de um posto de combustíveis um arame forte que pareceria dar conta, ao menos até o dia seguinte, mas precisávamos de um alicate, foi então que pela primeira vez, fomos contemplados com nossa “positividade”. Ao andarmos em volta do posto procurando alguém para nos ajudar com ferramentas ou algo do tipo, encontramos numa borracharia fechada, um alicate, esquecido, abandonado, só esperando por nós. Então, resolvemos nosso problema, ao menos temporariamente.
 
Pé na estrada, pneu na lama... e muitos giros e montanhas depois, a garoa hora passava hora torna-se chuva, e bem num desses momentos de chuva mais intensa, enfrentamos a maior inclinação de subida do percurso até o momento (pois depois viriam muitas, mais altas, mais longas e ainda mais íngremes), uma pequena serra, pouco antes de Timbé. Persistimos... e pela primeira vez obrigamo-nos a empurrar a bike por algo em torno de 1 km, mas é assim mesmo, quem pedala não pode ter vergonha de empurrar a bike, ainda mais nessas situações!
Mais um pouco e chegamos a Timbé, paramos para um café da tarde, onde decidimos pedalar um pouco mais e arrumar um bom local para acampamento, sabe-se Deus lá aonde, pois a chuva não dava a tréguas.
Algo em torno de 3 km por estradas que nesse momento estavam ainda mais pesadas em função da saturação da água no solo (estávamos literalmente pedalando na lama), eis que avistamos um paiol velho ao lado de um córrego, e assim logo estávamos em baixo de um teto que parecia ter sido construído especialmente para nos abrigar: as duas barracas ficaram acomodadas uma ao lado da outra, com espaço para a cozinha e vários varais para tentarmos minimizar os impactos causados pela da chuva em nossos equipamentos e roupas.
O córrego que ainda tinha a água clara até esse momento serviu para nos lavarmos, tirando o excesso de lama do corpo e das bikes.
Terminamos nosso primeiro dia, depois de 75 km percorridos em condições extremas, antes das 21h já estávamos dentro da barraca descansando e torcendo para que a chuva que só aumentava, parasse até a manhã do dia seguinte.

Continua...

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