domingo, 22 de julho de 2012

Do Canto dos Araças à Costa da Lagoa


Em viajem a trabalho à Floripa, eu e Marlon resolvemos unir o útil ao agradável e ficar por lá pra aproveitar um pouquinho do que a Ilha tem pra oferecer. A tempos conhecemos a Costa da Lagoa e nos apaixonamos pelos mistérios, pelo povo e cultura do local, sem falar do cenário deslumbrante! Mas não conhecíamos ainda a Costa a pé, apenas de barco como é normalmente visitada.  

Então surgiu esta oportunidade que não podíamos deixar passar. Na sexta (22/7) após ter terminado uma entrega no Saco Grande, fomos almoçar no Mercado Público, passear pelas ruas do centro de Floripa e só depois fomos a procura de um lugar para dormir, pois no sábado nossa intenção era fazer a trilha até a Costa, almoçar por lá e se tudo corresse tranquilamente, retornar também pela trilha.

Ficamos numa pousada da Barra da Lagoa, já que o Hi Hostel estava lotado bem como outros albergues que procuramos no centrinho da Lagoa e Barra. Depois de um final de tarde maravilhoso na Barra, a noite ainda fomos dar uma volta no centrinho da Lagoa.

No outro dia as 7h já estávamos de pé, prontos para descobrir os mistérios da trilha que nos levaria a mística Costa da Lagoa.  Já havíamos feito a parte da trilha que vai da Costa até a praia do Saquinho, onde termina a trilha efetivamente, numa prainha muito linda, lá no extremo norte da Lagoa da Conceição, mas chegar a Costa pela trilha contemplando a exuberante fauna e flora do percurso foi uma experiência impar!


Foram  aproximadamente 7 Km de onde o carro fica até o “centrinho”  da Costa, onde ficam localizados os principais restaurantes. Seguindo a rua que passa atrás do mercado que fica na cabeceira da ponte da Lagoa (rua João Henrique Gonçalves), até o último ponto do ônibus, onde é aconselhável deixar o carro, pois daqui em diante a rua vai ficando muito ruim, estreita, difícil de manobrar. Daqui até o início efetivamente da trilha são cerca de 700 metros.

 No caminho até lá tivemos o privilégio de cruzar com uma infinidade de pássaros como aranquãs, gralhas, bem-te-vis, sabiás e um bando de macacos-prego, além das históricas construções como o sobrado da Dona Loquinha, com data aproximada de 1780 e pelo engelho de farinha do século XIX, onde ainda uma vez por ano é utilizado pela comunidade em uma festa comemorativa.


Engenho de farinha

cascata que cai direto na Lagoa

sobrado da Dona Loquinha +- 1780
canoa de Guarapuvu - em construção
 
A trilha é bem demarcada, não existe a possibilidade de se perder, tem casas por todo o caminho, casinhas de pescadores, nativos, mas a grande maioria são casas de estilo “revista”, lindas, com deks e vidraças para a Lagoa.

Na chegada a Costa fomos direto procurar um restaurante, onde nos foi servida uma cachacinha pra abrir o apetite. Uma tainha grelhada foi a pedida, que depois dos 7 km de caminhada não sobrou nem pro cheiro. Bom demais, fazia tempo que não comia um peixe tão bem feito.


Fomos ainda lagartear num pastinho na beira da lagoa para depois seguir caminho, o dia estava lindo, um sol gostoso nos fez ficar mais um tempo apreciando aquela beleza. A volta foi tranquila e a fizemos em 1:30h. De volta a civilização, de volta a realidade, a Costa parece-me realmente um sonho...

De volta pra casa, uma passada na Ponta do Papagaio e um por do sol na Guarda, que a muito tempo não visitávamos, deu só pra matar a saudade.

Farol de Naufragados-Floripa visto da Ponta do Papagaio

Guarda

despedida...

Até a próxima!


sexta-feira, 6 de julho de 2012

No interior da Pedra Furada


A muito tempo queriamos estar dentro da Pedra Furada (Orleans), que sempre vimos apenas do mirante do Morro da Igreja em Urubici. Para chegar na Pedra Furada existem duas opções, por baixo, através de uma trilha pesadíssima, íngreme, e por cima, fazendo um trajeto mais tranquilo, cuja trilha tem início a uns dois quilômetros antes do mirante do Morro da Igreja (área militar) acessada apenas com acompanhamento de guia.

Fizemos contato com o amigo Sérgio que possui uma operadora de ecoturismo na cidade de Urubici, que nos levou no último dia 30 a Pedra Furada, por cima. Uma trilha de 3Km apenas mais de muita responsabilidade, com vários trechos expostos e difíceis de caminhar. As paisagens avistadas na trilha são lindas demais, vê-se o Parque Estadual da Serra Furada por inteiro, as inúmeras escarpas da Serra Geral até as torres eólicas em Bom Jardim da Serra e em dias extremamente limpos, as dunas da praia do Camacho.
 


Antes de começar a descer tem um mirante natural onde podemos ver a Pedra Furada de lado. O que foi muito impressionante também foi ver os paredões do Morro da Igreja, a imponência das paredes de basalto assustam e deixaram todos de boca aberta.



 Depois de subir, descer, subir mais um pouco, chegamos dentro da Pedra Furada, a sensação é arrepiante, foi bom demais estar lá e olhar à frente naquela imensidão os pontinhos caminhando no mirante do Morro da Igreja, o lugar mais comum de ver a Pedra Furada. O local para se movimentar é pequeno porém a Pedra é bem maior do que parece!


Na volta, Sérgio ainda nos levou em um local para vermos a Pedra pelas costas e mais uma vez o queixo caiu, a vista é impressionante!

 Fizemos todo o trajeto, ida e volta, em 4 horas, e mais uma vez estávamos em êxtase voltando para os carros felizes da vida, o cansaço fica esquecido depois de contemplar mais uma vez um pedacinho da nossa espetacular Serra!

Ficamos acampados no quintal da casa do Dani, a beira do rio do Bispo, pois no outro dia nossa programação era fazer um pedaço da última Caminhantes do Sol, que aconteceu a um pouco mais de um mês e que terminou exatamente ali onde acampamos.


Fomos recebidos pelo Dani que em breve estará transformando esta área em camping e pela Gaya, uma cachorrinha adorável e companheira.

No dia seguinte cedinho partimos para nossa caminhada na qual Gaya nos acompanhou o tempo todo. Eu, Marlon, Bi, Fran e Bruno fomos até a borda da Serra percorrendo uma antiga estrada utilizada por fazendeiros e moradores da região, num percurso de aproximadamente 11km de ida e volta. Na subida é possível avistar o Cindacta (Morro da Igreja) e lá da borda, o Cânion Espraiado, Campo dos Padres, parte da Serra Furada e algumas cidades, isso num dia limpo como o que pegamos.


 



Ficamos algum tempo contemplando aquela imensidão e retornamos ao acampamento pois queríamos descer a Serra do Corvo Branco ainda de dia para assistir a mais um espetáculo. E assim foi! Descemos bem devagarzinho tentando observar cada detalhe da Serra, que é muito especial, na minha opinião, um dos cenários mais bonitos do nosso estado, feito através de intervenção humana.


De barriga cheia mais uma vez voltamos para casa...

Lara