segunda-feira, 28 de março de 2011

Aventuras Cavernícolas

Bom dia!

Nos próximos posts vamos variar um pouco o "cardápio". A bike e a caminhada ficarão um pouquinho de lado, de coadjuvantes nessas histórias. Mergulharemos nas profundezas da Terra para desbravar algumas das mais belas cavernas do Brasil. 
Para tanto, partimos em direção à Iporanga/SP, mais especificamente para o Núcleo Santana no PETAR - Parque Turístico do Alto Ribeira, onde passaremos dois dias desbravando suas cavernas.
entrada do Núcleo Santana

Logo que chegamos, fomos para a agência onde nos encontramos com a guia: Sônia (um grande abraço a ela, foi incrível passar dois dias ao lado de uma moradora da região e exímia conhecedora das cavernas que estão no quintal de sua casa).
nossa guia Sônia

Partimos rumo ao parque, registramos nossa entrada e seguimos para nossa primeira aventura, a caverna Santana, é a que possui o maior número de formações, além de ser a que é percorrida em maior extensão, cerca de 800m, dividida em uma série de passarelas e salões, uma parcela mínima comparados aos 7 km de sua extensão total já explorada, agora restrita à pesquisa, dada a fragilidade das formações existentes nessas áreas restritas.
coluna apelidada de "vela"
cresce em média 3mm por ano

Foram 3 horas caminhando dentro da caverna, num ambiente completamente escuro, úmido e de temperatura constante, que era iluminado apenas por nossas lanternas de cabeça, foco de luz suficiente para despertar no visitante a curiosidade para conhecer toda a beleza do local.
aglomerado de formações

Apesar de já termos algum contato com cavernas (em 2008 estivemos em algumas cidades em Minas Gerais que também são ricas em cavernas), esse foi um mergulho completo no mundo da espeleologia, as formações da Santana são incríveis e acompanhados de uma ótima guia a interpretação do ambiente foi ainda mais completa e especial. São estalactites, estalagmites, colunas, cortinas, travertinos, entre outras formações milenares, esculpidas lentamente na rocha calcária que é a base da formação rochosa de toda a região.
nos túneis da Santana

No mesmo dia ainda visitamos as cavernas do Morro Preto e do Couto, a segunda possui um rio interno que se finda e ressurgi como uma linda cachoeira do lado de fora. A do Morro Preto foi palco de escavações arqueológicas que se findaram com a retirada de uma ossada de preguiça gigante, além da descoberta de uma espécie de sambaqui, composto por “conchas” de moluscos existentes nos rios da região, até hoje ainda existem resquícios expostos logo na entrada da caverna que certamente já abrigou moradores pré-históricos.
rio interno na caverna do Couto

agora já sem o rio

saída da caverna do Couto

cachoeira da caverna do Couto

entrada/saída da caverna do Morro Preto

sambaqui na caverna Morro Preto

Cada uma das três cavernas tem sua particularidade, beleza e história, não tem como indicar uma sem indicar a outra, a melhor opção mesmo é conhecer todas as possíveis, procurando sempre um bom guia para acompanhá-lo, que além de ser obrigatório, engrandece muito a atividade.

A sensação de estarmos em uma caverna, “dentro” da Terra, é mais uma dessas que não podemos deixar de sentir antes de morrer.

Um grande abraço!
“Desafie, aventure-se, supere-se!”

Marlon R. Silva

domingo, 13 de março de 2011

Lá nas bandas do Sul...

Buenas!
Hoje nosso relato é bastante particular e especial, pois além de falar sobre algumas atividades de aventura extremamente agradáveis, trata das pessoas que tornam essas atividades inesquecíveis. Pessoas simples e dígnas, merecedoras de todo meu respeito!
D. Tereza
Seu Miron
Assim, convidamos a todos a conhecer um pouco mais do cotidiano da família dos Bragas, moradores da pequena cidade de Tavares/RS, onde possuem uma fazenda entre a Lagoa do Peixe e a Lagoa dos patos, e de onde retiram basicamente tudo que necessitam para viver, de forma totalmente integrada aos recursos naturais disponíveis, aplicando o que muitas grandes coorporações, usam hoje como “jogada de marketig”, a sustentabilidade de forma simples e real.

Bom... voltando as atividades... chegamos no sábado de carnaval, bem no finzinho da tarde, sobrando tempo apenas para os cumprimentos, muito cordiais diga-se de passagem, e da montagem das barracas, além é claro de uma boa conversa ao pé do fogão a lenha antes da janta. Conversa que por aqui é levada a sério! Ao menos no sentido de darmos tempo à ela, de passarmos muito tempo somente “proseando”, sem maiores pretensões a não ser a de “prosear”.

Entre esse papo todo já fica combinado que o dia seguinte começará com um cavalgada leve (+- 7Km), assim o corpo vai se acostumando e não reclama dos solavancos do trote.

Já no início da tarde, partimos para uma cavalgada bem maior, o objetivo era atravessar a Lagoa do Peixe chegando a um antigo Balneário, onde as casas foram literalmente engolidas pelas dunas, aqui conhecidas como “combros”. Os moradores explicam que além dos restos de casas que os combros ainda não conseguiram soterrar, outras duas quadras que ficavam mais próximas ao mar já desapareceram por completo .

Até esse momento já eram 9,4Km percorridos, sendo 1,7Km dentro da Lagoa. A princípio acreditava que estávamos findando nossa “jornada” e dalí retornaríamos, porém Seu Miron, nosso cicerone, condutor e guia (entre outras coisas), olhou para o sul e disse: “ – agora vamos até a barra”.
Puchei no GPS e verifiquei que a barra que ele se referia (a foz da Lagoa junto ao Oceano), ficava a 9Km dalí. O lombo já estava doendo, mas como vamos contrariar o Homem!?! E assim seguimos e pouco mais de uma hora depois chegávamos à tal barra.
Agora sim! “Só” falta a volta, e imaginem como já estavam as costas (e também o resto do corpo) desses peões de fim de semana. Seguimos contornando a Lagoa, em direção ao Norte onde novamente a cruzaríamos. Ao longo da travessia, podemos avistar bandos de Flamingos, Gaivotas e uma série de outros belos pássaros que utilizam a raza Lagoa para sua pesca. Só chegamos em casa por volta das 19:30h já sem sol e com muita canseira no corpo, além da satisfação imensa de um maravilhoso dia na fazenda.

Não pensem que ficou por ai..., na segunda feira de carnaval resolvemos fazer uma das coisas que mais gostamos, caminhar!
Partimos da sede da fazenda, novamente em direção a Lagoa dos Peixes, passando pela longa e espessa floresta de pinus, por aqui chamada de pinho. Seu Miron conta que no início eram apenas duas platanções, uma ao Norte e uma ao Sul, nos extremos da Lagoa. Hoje elas já se encontraram e infelizmente vem tomando conta da mata nativa.

Após cruzarmos essa floresta despresível, chegamos ao que os nativos chamam de “banhado curto”, área à beira da Lagoa onde podemos encontrar a Fauna e Flora local preservadas, com inúmeros exemplares de diversas espécies da Mata Atlântica, berço de algumas vertentes, cuidadosamente verificadas e limpas periodicamente por nosso anfitrião.
Depois de alguns goles de água direto na fonte e alguns araçás, retornamos para casa, passando pelo que conhecem como capão, uma ilha de fauna nativa que fica à beira da dunas, onde infelizmente o "pinho" vem tomando conta.

Cansou?! É o corpo estava um pouco cansado... mas como iríamos pegar a estrada só na quarta cedinho, ainda tínhamos o dia todo de terça. É carnaval... vamos aproveitar!
Então..., mais uma cavalgada, nem tão longa, nem tão curta, mas muuuito intensa. Cavalgamos do meio da tarde até o por do sol, que nos privilegiou com mais um cenário incrível. 

E falando em cenários, havia esquecido de comentar sobre as noites: foram esplêndidas, realmente espetaculares. Como estamos distante das luzes das cidades, somos literalmente cobertos por um manto de estrelas que transforma-se numa espécie de redoma e nos cobre por todas as noites que estivemos por aquelas bandas do Sul.

O local é lindo e as pessoas do local são D+!
Espero sempre poder optar em trocar as folias de Carnaval pelas alegrias de um feriadão como este!


Um grande abraço!
Marlon R. Silva

terça-feira, 1 de março de 2011

Trekking da Capivara

As 9 horas partimos rumo a uma caminhada que para nós não tem nada de novo, mas sempre nos surpreende com seu belo cenário natural: rio, mata, animais silvestres tudo isso junto a tranqüila comunidade de Alto São Martinho, localizada na cidade de São Martinho, SC. O ponto de partida é a Pousada Salto das Águas, que para quem não conhece já deve começar a programar sua visita a este lugar que ofecere muito aconchego, tranqüilidade, hospitalidade, tudo isso dentro deste contexto de tirar o fôlego.
Iniciamos a caminhada com tempo parcialmente nublado e vento, que não durou por muito tempo, pois logo em seguida o céu abriu completamente nos presenteando com um lindo sol. Contornando o rio Capivari passamos pelo lago Heinsen, algumas casas de moradores até chegar a ponte pênsil, local onde atravessamos para continuar a caminhada pela outra margem do rio. Aqui o sol já estava quase nos castigando, era perto das 10h da manhã e ainda não tínhamos passado da metade do caminho. Passar pela ponte é sempre uma adrenalina, de bike é ainda mais nervoso que a pé, que também tem suas particularidades.
Encontramos ao longo dos 9 km, gado, cães, agricultores na lida, uma pequena cobra, muitos lagartos tomando banho de sol, aves de várias espécies, mas não foi desta vez que as capivaras deram o ar de sua graça, nem mesmo os bugios que por muitas vezes já nos presentearam com imagens espetaculares e seus ruídos assustadores.
A volta é mais longa que a ida e se dá pela margem esquerda do rio Capivari, passando pelo início de uma obra em um paredão de pedra de uns 30 metros de altura, que diz a lenda que futuramente se tornará uma mini usina hidrelétrica, mais para frente passamos pelo Salto de Cima, ali a vontade já é de tomar um banho de rio (por isso o ideal é ir com roupa de banho por baixo), mas seguimos a diante pois faltava pouco para chegar até o Salto das Águas, nosso ponto de chegada, onde o banho de cachoeira iria ser muito mais refrescante.

Antes, ainda passamos pela primeira igreja de São Martinho e pelo seu cemitério centenário, para só então cruzar a ponte e chegar na Pousada. Neste momento, o relógio já marcava 11:30 e o sol, que nos acompanhou por todo o trajeto, estava a todo vapor. Depois de alguns alongamentos, foi a vez do banho de rio...ôôô beleza!
– Lucas, traz ai aquela Heineken bem gelada!!!

Gostou??
Então desligue a TV e venha caminhar conosco!

Lara Maciel

Dicas | Observações: caminhada de nível moderado (9 Km de subidas e descidas por estrada de terra). No verão levar roupa de banho (há vários pontos para banho de rio). No inverno, prepare o estômago para comer uma deliciosa comida típica alemã. Levar sempre: máquina fotográfica (os animais sempre aparecem: tucanos e macacos são a grande atração).

Retomada

Buenas!
Neste ano de 2011, retomo os textos que aqui vinha compartilhando em anos anteriores com os amantes da bike da aventura e de qualquer outra atividade ao ar livre, textos que são simples relatos das aventuras que vivemos nesse Mundão de meu Deus.

De agora em diante terei uma grande (a maior) parceira, Lara, minha amada esposa. Que além de assinar um maravilhoso (é muito bom mesmo, não deixem de visitar, tem na nossa lista de links) blog onde relata nossas viagens nos seus mínimos detalhes, vai ajudar, com seus belos textos a engrandecer nosso humilde blog.

Para começar bem o ano, fizemos uma caminhada em São Martinho, nesse ultimo fim de semana, não é bem a primeira atividade pois a bike ta bombando desde janeiro, mas logo destino um post só sobre esse assunto. A princípio, fiquem com o primeiro texto de Lara Maciel em nosso Blog.