terça-feira, 3 de julho de 2018

Uma não, "A"!!!

Mais uma travessia concluída! 
Uma não, "A"!!!

Minha segunda vez esse ano nas montanhas do Paraná (esse ano já fiz a travessia das Fazendas, passando pelo P.P.), dessa vez decidimos encarar aquela que sabiamos ser uma das mais difíceis travessias daquelas bandas (me falta a face leste do Ferraria...).
Muito estudo e planejamento já que lá não é lugar de brincadeira (não mesmo!). 

A travessia é incrível, linda, inóspita, SELVAGEM (principalmente na sua parte mais central).
Não recomendo à iniciantes, na verdade nem mesmo sei se recomendo aos que possuem experiência (pense e planeje muito bem antes de ir pra lá).

Para incrementar um pouco mais, logo de início (começamos a caminhar as 14h), subimos o Camapuã e o Tucun, para só depois partir para o Ciririca e suas rampas.

Sem antes é claro passar pelos labirintos de quiçaças intermináveis do Luar e do Sirizinho.
Ufa, chegamos à "Útima Chance", agora é pra cima toda vida. Rampas à parte, chegamos ao Ciririca, às placas e a descida pela face Sul.
Nossa, e que descida!!! Essa nem vou descrever, quem quiser saber mais entra em contato...

Acampamento 2! Lindo, incrível. Por do sol, nascer da lua, nascer do sol...

Terceiro dia: não tenho como descrever a dificuldade durante todo o dia, foi insano...
Qualquer bom conhecedor de GPS, ou navegador de Corrida de Aventura, ou seja lá quem for...
Se não ficar 100% ligado, atento (muito atento), pode se perder facilmente.
Além da navegação dificílima, as dificuldades técnicas da caminhada (muitas vezes desescalaminhando pedras imensas), as tramas de raízes, de bambus, de espinhos... cada passo era dolorido e gratificante!

Então, depois de dois dias e meio de perrengue e felicidade, concluímos mais esta no tão sonhado Marco 22 da estrada da Graciosa.



Caminhamos durante:
6,1 km em 2:09, subindo: 915m e descendo: 113m, no primeiro dia;
10,9 km em 4:23, subindo: 904m e descendo: 1295m, no segundo dia;
17,1 km em 5:31, subindo: 656m e descendo: 1198m no ultimo dia.

Valeu aos grandes apoios:
Diogo (meu irmão!, não queria estar lá com mais ninguém além de ti)
Sandra Elize (super apoio logístico)
Tiago Korb (pela documentação disponibilizada)

Lara Maciel (meu amor! que me inspira a não parar de andar até chegar novamente em seus braços)

Grande Abraço!

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Caminhemos!

Mais uma temporada se foi... Mais um ano está se indo...
De qualquer modo, deixemos o ar melancólico de lado e pensemos no hoje. No ano que está acabano..., isso..., nem acabou ainda, dá tempo de caminhar, pedalar, correr, ou o que lhe der prazer: MEXA-SE, mas comece ainda nesta temporada, ainda neste ano, HOJE.
Então vou contar pros amigos aventureiros o que rolou neste “início de fim de ano”.
Já faz algum tempo eu e Lara já estávamos nos programando para irmos mais “além” na Patagônia, e como sugere o título, nada melhor que irmos à capital argentina do trekking, El Chaltén. Quem gosta de caminhar em trilhas e curte paisagens bonitas, vai ser fácil entender a escolha do destino, basta colocar Chaltén ou Fitz-Roy no Google e ver as imagens e entender do que estou falando.


Para companheiros de viagens convidamos Bí e Fran, que de pronto (depois de olhar no Google, rsrsrs) adoraram a ideia e se programaram para ir conosco. Valeu a parceria!!!



A proposta é: caminhar e acampar no Parque Nacional los Glaciares o maior número de quilômetros e de dias. Por fim, após algumas mudanças de planos nossa programação, resumida, ficou assim:

1º dia de caminhada: Chaltén – Chorilho del Salto: 4,6 km de ida (9,2 km no dia), sem peso, boa parte da trilha é feita por estradas de rípio. Para quem tem disposição, tem um “plus”: pela lateral esquerda da cachoeira (com muito cuidado), conhecer a parte superior! (vale a subidinha).




2º dia de caminhada: Ponte do Rio Electrico – Campi Poincenot: 9 km, o início da trilha é por caminhos bem batidos mais pouco sinalizados (está fora do parque até cruzarmos a cerca de arame), na segunda parte, caminha-se por seixo oriundo da morena do Glaciar Piedras Brancas, à medida que se aproxima do Glaciar as pedras aumentam de tamanho, na sequencia, vão naturalmente diminuindo e a trilha vai ficando cada vez mais sinalizada e batida. Vale ressaltar que estivemos lá neste mês (dez – 2013) e que caminhamos durante todo este dia sob neve, que não chegou a acumular durante o dia, mas que esfriou muito nossas noites no acampamento. Fizemos este dia de caminhada totalmente carregados, com mochilas que variavam com pesos de 10 a 15 kg.






     
3º dia de caminhada: Campi Poincenot – Laguna Capri: 4,9 km de ida (9,8 km percorridos no dia), em uma das trilhas mais belas e agradáveis que já pude caminhar, além de muito bem demarcadas e batidas, enfim... Um paraíso para se caminhar! Como fizemos sem peso, ficou tudo ainda mais fácil.
   




4º dia de caminhada (parte 1): Campi Poincenot – Laguna de Los Três: 2,4 km de ida (4,8 km percorridos no dia) um subidão, sorte que vamos leves! A ideia e acordar às 4h, e sair caminhando rapidinho, assim dá pra ver o Fitz rosa refletindo na Laguna. Mas para nós, brasileiros com pouquíssima resistência ao frio, não foi fácil de sair da barraca antes das 6h, de qualquer modo, a primeira foto que consegui dele (ainda rosa, porém sem a Laguna ainda no acampamento) foi as 5:50h, nem foi tão ruim assim... Depois dessa seção de fotos encaramos a subida para conhecer a Laguna e chegar o mais próximo possível do Fitz (sem equipos e procedimentos de escalada). Nossa!!! Que Visu!!! Mas... Viento, mucho viento!!! Realmente não consguimos ficar mais que alguns minutos, e estávamos “só” a 1472 de altitude. Mas na Patagônia é assim mesmo!
   






4º dia de caminhada (parte 1): Campi Poincenot – Chaltén: 9 km (13,8 km percorridos no dia) com a “casa nas costas” novamente! A primeira ideia era irmos direto ao acampamento D’agostini, mas o consenso foi seguirmos à cidade, dormirmos melhor e no dia seguinte irmos do Centro a Laguna e Cro. Torre, leves. O início da trilha é o mesmo que leva à Capri, e dali para frente segue no mesmo estilo, belíssima e bem sinalizada, tranquila até o ponto onde começamos à descer em direção à cidade. Desce, desce, desce muito mesmo (ou sobe... como era nosso planejamento inicial, mas vale considerar a subida no planejamento, porque é puchada). Tem que ficar ligado neste trecho pra não forçar os joelhinhos, mas com certeza vale cada passo.



     
5º dia de caminhada: Chaltén – Laguna Torre: 11 km de ida (22 km percorridos no dia), com mochilinha de atack, partimos para um um sobe e desce, depois a trilha se estabiliza e segue por paisagens magníficas: hora vimos o Torre, hora o Fitz, hora ambos! Apesar de durante toda a ida estar bastante nublado, podemos pouco a pouco ir visualizando a maravilha que é o Cro. Torre. Já na parte final do caminho, encontramos a bifurcação que vem das Lagunas Madre e Hija / Poincenot (nosso primeiro projeto...). Quando conseguimos avistar a Laguna Torre o Cro. já estava com pouquíssimas nuvens e podemos apreciá-lo em toda sua imponência, que paredes! Diferente da Laguna de los Três, este ponto é bem protegido do vento (é bem mais baixo) e assim podemos apreciar a paisagem por um bom tempo, sem pressa. Durante nosso retorno o céu vai ficando cada vez mais azul e a cada momento “precisamos” parar, olhar para trás, respirar fundo, suspirar e desejar logo poder estar novamente nesse local mágico.
         







Além destes cinco dias de caminhadas e dos mais de 60 km percorridos, deu ainda pra curtir altos dias de turistas em El Calafate... conhecemos alguns restaurantes, várias lojas de souveniers e bugigangas para turistas, muuuitas lojas de equipamento de montanha/trekking/camping/caiaque... tem muita loja de material de aventura, tanto em Calafate como em Chalten.

E, “de quebra” conhecemos o Perito Moreno: UAUU!!! Apesar de ser um passeio de turismo, é espetacular, mais um desses lugares que a Natureza mostra quem manda!


O “lance” é colossal! À 7 km de distância ele já parece (e é, de qualquer ângulo) gigantesco, realmente impressiona! E de perto então,... os estalos, estrondos, e demais barulhos emitidos pelo colosso, tornam a paisagem ainda mais impressionante. Para quem se dispõe a esperar, com certeza será contemplado com alguma ruptura, que se dá pela fragmentação da parede gelada de 60 metros de altura despencando na Laguna. Hora fragmentos pequenos, hora gigantescos, se desprendem do Glaciar durante a primavera e o verão, de acordo com que o Lago Argentino vai também desgelando. Espetáculos Patagônicos!!!






Certo de que logo estarei novamente em território Patagônico para vivenciar novas aventuras e partilhar com vocês, vou evitar maiores delongas...


Aventuras Patagônicas à todos!!!
Aquele Abraço!

Marlon R. Silva

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

5 anos! Marumbi! uhuuuuu

Domingo, 27 de outubro de 2013, esta foi a data escolhida para finalmente conhecermos o Conjunto Marumbi, isto porque a muito tempo idolatrávamos este pico. Eis que então surgiu a oportunidade, que foi nossa viagem em comemoração aos nossos 5 anos de casamento.


A quase 600km de nossa cidade Içara, SC, fica a cidade de Morretes-PR, saída para a trilha de aproximação ao Conjunto Marumbi, que por sua vez fica localizado na Serra do Mar dentro do Parque Estadual Pico do Marumbi.

Chegamos a Morretes no sábado (26) e nos alojamos em um camping à beira do Rio Nhundiaquara que corta a cidade de Morretes e de onde se tem uma vista ampla do Pico Marumbi, chamado Recanto da Ilha (Camping Pousada Recanto da Ilha - Estrada da Graciosa Km 8 – Porto de Cima - (41) 3462-1277 / 9628-0412).



Neste dia ainda fomos dar uma pedalada, atividade que esta sendo muito explorada na cidade de Morretes. A cidade é super tranquila, pequena, cheia de lojinhas, restaurantes, inclusive já conhecíamos Morretes desta forma, ou seja, de bike, quando vindo de Minas Gerais (com as bikes no carro, claro!) descemos a Serra da Graciosa e depois subimos de trem, que é fantástico de fazer, mas que já esta contado no meu blog de viagem, não deixe de ler, é um passeio incrível!








Saímos de Porto de Cima, onde estavamos hospedados e fomos até a cidade que fica a 7 km dali, lá rodamos cada ruazinha, beco e estrada, foi um passeio tranquilo e uma espécie de aquecimento para o que estava para vir no dia seguinte: Pico Marumbi!


No domingo então, acordamos as 6h, um pouco antes do sol, e já dava pra ver uma leve silhueta do Marumbi, o que nos deixou empolgados, pois o dia prometia ser limpo e de sol. O camping fica a 5 km do posto do IAP (Instituto Ambiental do Paraná), onde quem não tem veículo 4x4 deve deixar o carro, dali são mais 5 km até a estação Marumbi, de onde finalmente inicia a escalaminhada do Pico Marumbi.





No posto do IAP é necessário dar o nome e RG, e depois na estação Marumbi é feito uma pequena ficha com seus dados e outras perguntas pertinentes, por um funcionário do Parque. Este também orienta sobre as trilhas, que são chamadas de Vermelha ou Noroeste e Branca ou Frontal, ambas sinalizadas e bem demarcadas durante todo o trajeto (fitas plásticas coloridas da cor de cada trilha, podem ser encontradas ao longo de todo o caminho).





A trilha branca foi a escolhida por nós, ela dá direto no cume do Olimpo (1539m), dali as opções são voltar pela trilha branca ou seguir pela vermelha, passando nos outros cumes, e descer por ela. Para quem não tenha muito tempo, ou não estiver com tanto preparo físico, pode optar fazer a trilha vermelha e ir apenas até o cume do Abrolhos, por exemplo, que é o pico mais próximo para se fazer (isso não quer dizer que ele seja fácil).



Já tínhamos pesquisado sobre a trilha na internet e outras fontes de pesquisa, sabíamos que tinha vias ferratas, correntes e cordas que eram usadas como apoio em subidas ou descidas, mas sobre a exposição, particularmente não li muita coisa a respeito, e foi o que nos deixou mais assustados, isso porque em nossa região os cumes são da própria Serra, ou morros testemunhos, e que são acessados por trilhas em meio a mata, com trechos bem íngremes mas com pouca ou nenhuma exposição.


O Marumbi para nós foi uma experiência incrível em função da exposição em vias ferratas intermináveis onde não se conseguia ver o fim e pelo intenso esforço físico de toda a trilha.







Subimos pela trilha branca com um sol lindo e antes de chegar ao primeiro cume (Olimpo) chegaram as nuvens e com elas muita chuva. Nossos cumes foram sem visual, pouco se via lá em cima, muito menos para baixo, portanto não temos fotos dos cumes, a não ser uma que registra nossa chegada ao topo do Conjunto.



A chuva ainda era fraca e as vezes dava uma trégua, mas veio com tudo na nossa descida pela trilha vermelha. Com certeza foi a trilha mais cansativa que já fiz, pois além de muito íngreme - você sai de 460 metros de altitude (estação Marumbi) e vai a 1539 metros, sem contar os 5 km do IAP até ali, e ainda passa por longos trechos de vias ferratas, correntes e cordas, que perdi as contas, isso na subida e na descida, ufa!.


É...fazer o Conjunto Marumbi é para os fortes! E não basta ser forte só de perna, tem que ser de braço, pois ele é muitíssimo usado em todo o trajeto, e tem que ser forte também de mente, e tentar não se apavorar quando você não conseguir ver o final da corda.


A trilha branca pode ser feita de 2:30 a 3:30h e tem 3,2km e a vermelha de 3:30 a 4:30 e tem 3,6km de extensão, esta é um pouco mais longa pois se considera toda a parte que você caminha lá em cima, e com maior número de trechos de ferratas, cordas e correntes. Mais infos: https://sites.google.com/a/cosmo.org.br/cosmo/


Enfim, chegamos a estação Marumbi sã e salvos! E depois de mais 5Km de volta até o posto do IAP, estávamos no carro.


Na segunda feira retornamos para casa cansados mas muito satisfeitos, com adrenalina fluindo pelo corpo e certos de que desafios só nos deixam ainda mais fortes e prontos para mais e mais! Eu quero!


Algumas dicas que considero importantes:


levar água, pois tem pouca durante todo o trajeto (a não ser que a faça com chuva como no nosso caso, apenar de não recomendar pois a dificuldade aumenta muito e a tensão também.

Os bastões de caminhada não são necessário, pois é íngreme demais para o uso deles, deixamos os nossos na salinha da administração, na estação Marumbi.

Luvas são legais de levar, tem bastante coisa para se agarrar por lá.

Anorak, independente da época que você vá. Lá o tempo é totalmente imprevisível.

E uma dose alta de zelo e cuidado, pois apesar de chamarmos de trilha, tanto a branca quanto a vermelha, são escalaminhadas, e exigem técnica e intenso esforço físico.




Larissa