Domingo, 27 de outubro de 2013, esta foi a data escolhida
para finalmente conhecermos o Conjunto Marumbi, isto porque a muito tempo
idolatrávamos este pico. Eis que então surgiu a oportunidade, que foi nossa
viagem em comemoração aos nossos 5 anos de casamento.
A quase 600km de nossa cidade Içara, SC, fica a cidade de
Morretes-PR, saída para a trilha de aproximação ao Conjunto Marumbi, que por
sua vez fica localizado na Serra do Mar dentro do Parque Estadual Pico do
Marumbi.
Chegamos a Morretes no sábado (26) e nos
alojamos em um camping à beira do Rio Nhundiaquara que corta a cidade de
Morretes e de onde se tem uma vista ampla do Pico Marumbi, chamado Recanto da
Ilha (Camping Pousada Recanto da Ilha - Estrada da Graciosa Km 8 – Porto de
Cima - (41) 3462-1277 / 9628-0412).
Neste dia ainda fomos dar uma pedalada,
atividade que esta sendo muito explorada na cidade de Morretes. A cidade é
super tranquila, pequena, cheia de lojinhas, restaurantes, inclusive já
conhecíamos Morretes desta forma, ou seja, de bike, quando vindo de Minas
Gerais (com as bikes no carro, claro!) descemos a Serra da Graciosa e depois
subimos de trem, que é fantástico de fazer, mas que já esta contado no meu blog de viagem, não deixe de ler, é um passeio incrível!
Saímos de Porto de Cima, onde estavamos
hospedados e fomos até a cidade que fica a 7 km dali, lá rodamos cada ruazinha,
beco e estrada, foi um passeio tranquilo e uma espécie de aquecimento para o
que estava para vir no dia seguinte: Pico Marumbi!
No domingo então, acordamos as 6h, um pouco
antes do sol, e já dava pra ver uma leve silhueta do Marumbi, o que nos deixou
empolgados, pois o dia prometia ser limpo e de sol. O camping fica a 5 km do
posto do IAP (Instituto Ambiental do Paraná), onde quem não tem veículo 4x4
deve deixar o carro, dali são mais 5 km até a estação Marumbi, de onde
finalmente inicia a escalaminhada do Pico Marumbi.
No posto do IAP é necessário dar o nome e RG, e depois na estação Marumbi é feito uma pequena ficha com seus dados e outras perguntas pertinentes, por um funcionário do Parque. Este também orienta sobre as trilhas, que são chamadas de Vermelha ou Noroeste e Branca ou Frontal, ambas sinalizadas e bem demarcadas durante todo o trajeto (fitas plásticas coloridas da cor de cada trilha, podem ser encontradas ao longo de todo o caminho).
A trilha branca foi a escolhida por nós, ela dá direto no cume do Olimpo (1539m), dali as opções são voltar pela trilha branca ou seguir pela vermelha, passando nos outros cumes, e descer por ela. Para quem não tenha muito tempo, ou não estiver com tanto preparo físico, pode optar fazer a trilha vermelha e ir apenas até o cume do Abrolhos, por exemplo, que é o pico mais próximo para se fazer (isso não quer dizer que ele seja fácil).
Já tínhamos pesquisado sobre a trilha na
internet e outras fontes de pesquisa, sabíamos que tinha vias ferratas,
correntes e cordas que eram usadas como apoio em subidas ou descidas, mas sobre
a exposição, particularmente não li muita coisa a respeito, e foi o que nos
deixou mais assustados, isso porque em nossa região os cumes são da própria
Serra, ou morros testemunhos, e que são acessados por trilhas em meio a mata,
com trechos bem íngremes mas com pouca ou nenhuma exposição.
O Marumbi para nós foi uma experiência
incrível em função da exposição em vias ferratas intermináveis onde não se
conseguia ver o fim e pelo intenso esforço físico de toda a trilha.
Subimos pela trilha branca com um sol lindo e
antes de chegar ao primeiro cume (Olimpo) chegaram as nuvens e com elas
muita chuva. Nossos cumes foram sem visual, pouco se via lá em cima, muito
menos para baixo, portanto não temos fotos dos cumes, a não ser uma que
registra nossa chegada ao topo do Conjunto.
A chuva ainda era fraca e as vezes dava uma
trégua, mas veio com tudo na nossa descida pela trilha vermelha. Com certeza
foi a trilha mais cansativa que já fiz, pois além de muito íngreme - você
sai de 460 metros de altitude (estação Marumbi) e vai a 1539 metros, sem contar
os 5 km do IAP até ali, e ainda passa por longos trechos de vias ferratas,
correntes e cordas, que perdi as contas, isso na subida e na descida, ufa!.
É...fazer o Conjunto Marumbi é para os
fortes! E não basta ser forte só de perna, tem que ser de braço, pois ele é
muitíssimo usado em todo o trajeto, e tem que ser forte também de mente, e
tentar não se apavorar quando você não conseguir ver o final da corda.
A trilha branca pode ser feita de 2:30 a
3:30h e tem 3,2km e a vermelha de 3:30 a 4:30 e tem 3,6km de extensão, esta é um
pouco mais longa pois se considera toda a parte que você caminha lá em cima, e com
maior número de trechos de ferratas, cordas e correntes. Mais infos: https://sites.google.com/a/cosmo.org.br/cosmo/
Enfim, chegamos a estação Marumbi sã e
salvos! E depois de mais 5Km de volta até o posto do IAP, estávamos no carro.
Na segunda feira retornamos para casa
cansados mas muito satisfeitos, com adrenalina fluindo pelo corpo e certos de
que desafios só nos deixam ainda mais fortes e prontos para mais e mais! Eu
quero!
Algumas dicas que considero importantes:
levar água, pois tem pouca durante todo o
trajeto (a não ser que a faça com chuva como no nosso caso, apenar de não
recomendar pois a dificuldade aumenta muito e a tensão também.
Os bastões de caminhada não são necessário,
pois é íngreme demais para o uso deles, deixamos os nossos na salinha da
administração, na estação Marumbi.
Luvas são legais de levar, tem bastante coisa
para se agarrar por lá.
Anorak, independente da época que você vá. Lá
o tempo é totalmente imprevisível.
E uma dose alta de zelo e cuidado, pois
apesar de chamarmos de trilha, tanto a branca quanto a vermelha, são
escalaminhadas, e exigem técnica e intenso esforço físico.
Larissa