domingo, 13 de março de 2011

Lá nas bandas do Sul...

Buenas!
Hoje nosso relato é bastante particular e especial, pois além de falar sobre algumas atividades de aventura extremamente agradáveis, trata das pessoas que tornam essas atividades inesquecíveis. Pessoas simples e dígnas, merecedoras de todo meu respeito!
D. Tereza
Seu Miron
Assim, convidamos a todos a conhecer um pouco mais do cotidiano da família dos Bragas, moradores da pequena cidade de Tavares/RS, onde possuem uma fazenda entre a Lagoa do Peixe e a Lagoa dos patos, e de onde retiram basicamente tudo que necessitam para viver, de forma totalmente integrada aos recursos naturais disponíveis, aplicando o que muitas grandes coorporações, usam hoje como “jogada de marketig”, a sustentabilidade de forma simples e real.

Bom... voltando as atividades... chegamos no sábado de carnaval, bem no finzinho da tarde, sobrando tempo apenas para os cumprimentos, muito cordiais diga-se de passagem, e da montagem das barracas, além é claro de uma boa conversa ao pé do fogão a lenha antes da janta. Conversa que por aqui é levada a sério! Ao menos no sentido de darmos tempo à ela, de passarmos muito tempo somente “proseando”, sem maiores pretensões a não ser a de “prosear”.

Entre esse papo todo já fica combinado que o dia seguinte começará com um cavalgada leve (+- 7Km), assim o corpo vai se acostumando e não reclama dos solavancos do trote.

Já no início da tarde, partimos para uma cavalgada bem maior, o objetivo era atravessar a Lagoa do Peixe chegando a um antigo Balneário, onde as casas foram literalmente engolidas pelas dunas, aqui conhecidas como “combros”. Os moradores explicam que além dos restos de casas que os combros ainda não conseguiram soterrar, outras duas quadras que ficavam mais próximas ao mar já desapareceram por completo .

Até esse momento já eram 9,4Km percorridos, sendo 1,7Km dentro da Lagoa. A princípio acreditava que estávamos findando nossa “jornada” e dalí retornaríamos, porém Seu Miron, nosso cicerone, condutor e guia (entre outras coisas), olhou para o sul e disse: “ – agora vamos até a barra”.
Puchei no GPS e verifiquei que a barra que ele se referia (a foz da Lagoa junto ao Oceano), ficava a 9Km dalí. O lombo já estava doendo, mas como vamos contrariar o Homem!?! E assim seguimos e pouco mais de uma hora depois chegávamos à tal barra.
Agora sim! “Só” falta a volta, e imaginem como já estavam as costas (e também o resto do corpo) desses peões de fim de semana. Seguimos contornando a Lagoa, em direção ao Norte onde novamente a cruzaríamos. Ao longo da travessia, podemos avistar bandos de Flamingos, Gaivotas e uma série de outros belos pássaros que utilizam a raza Lagoa para sua pesca. Só chegamos em casa por volta das 19:30h já sem sol e com muita canseira no corpo, além da satisfação imensa de um maravilhoso dia na fazenda.

Não pensem que ficou por ai..., na segunda feira de carnaval resolvemos fazer uma das coisas que mais gostamos, caminhar!
Partimos da sede da fazenda, novamente em direção a Lagoa dos Peixes, passando pela longa e espessa floresta de pinus, por aqui chamada de pinho. Seu Miron conta que no início eram apenas duas platanções, uma ao Norte e uma ao Sul, nos extremos da Lagoa. Hoje elas já se encontraram e infelizmente vem tomando conta da mata nativa.

Após cruzarmos essa floresta despresível, chegamos ao que os nativos chamam de “banhado curto”, área à beira da Lagoa onde podemos encontrar a Fauna e Flora local preservadas, com inúmeros exemplares de diversas espécies da Mata Atlântica, berço de algumas vertentes, cuidadosamente verificadas e limpas periodicamente por nosso anfitrião.
Depois de alguns goles de água direto na fonte e alguns araçás, retornamos para casa, passando pelo que conhecem como capão, uma ilha de fauna nativa que fica à beira da dunas, onde infelizmente o "pinho" vem tomando conta.

Cansou?! É o corpo estava um pouco cansado... mas como iríamos pegar a estrada só na quarta cedinho, ainda tínhamos o dia todo de terça. É carnaval... vamos aproveitar!
Então..., mais uma cavalgada, nem tão longa, nem tão curta, mas muuuito intensa. Cavalgamos do meio da tarde até o por do sol, que nos privilegiou com mais um cenário incrível. 

E falando em cenários, havia esquecido de comentar sobre as noites: foram esplêndidas, realmente espetaculares. Como estamos distante das luzes das cidades, somos literalmente cobertos por um manto de estrelas que transforma-se numa espécie de redoma e nos cobre por todas as noites que estivemos por aquelas bandas do Sul.

O local é lindo e as pessoas do local são D+!
Espero sempre poder optar em trocar as folias de Carnaval pelas alegrias de um feriadão como este!


Um grande abraço!
Marlon R. Silva

2 comentários:

Maria Lamparina disse...

A tranquilidade do campo, apesar de um feriadão intenso, renovou minhas energias!

Unknown disse...

Oi Marlon lindo lugar, gostei..rsrsrs
Serão sempre bem vindos, claro que não poderá esquecer de levar a Lara, como diz meu pai, uma quase gaúcha, e o Climb.Abraços