Mais uma temporada se foi... Mais um ano está se indo...
De qualquer modo, deixemos o ar melancólico de lado e
pensemos no hoje. No ano que está acabano..., isso..., nem acabou ainda, dá
tempo de caminhar, pedalar, correr, ou o que lhe der prazer: MEXA-SE, mas
comece ainda nesta temporada, ainda neste ano, HOJE.
Então vou contar pros amigos aventureiros o que rolou neste
“início de fim de ano”.
Já faz algum tempo eu e Lara já estávamos nos programando
para irmos mais “além” na Patagônia, e como sugere o título, nada melhor que
irmos à capital argentina do trekking, El Chaltén. Quem gosta de caminhar em
trilhas e curte paisagens bonitas, vai ser fácil entender a escolha do destino,
basta colocar Chaltén ou Fitz-Roy no Google e ver as imagens e entender do que
estou falando.
Para companheiros de viagens convidamos Bí e Fran, que de
pronto (depois de olhar no Google, rsrsrs) adoraram a ideia e se programaram
para ir conosco. Valeu a parceria!!!
A proposta é: caminhar e acampar no Parque Nacional los
Glaciares o maior número de quilômetros e de dias. Por fim, após algumas
mudanças de planos nossa programação, resumida, ficou assim:
1º dia de caminhada:
Chaltén – Chorilho del Salto: 4,6 km de ida (9,2 km no dia), sem peso, boa
parte da trilha é feita por estradas de rípio. Para quem tem disposição, tem um
“plus”: pela lateral esquerda da cachoeira (com muito cuidado), conhecer a
parte superior! (vale a subidinha).
2º dia de caminhada:
Ponte do Rio Electrico – Campi Poincenot: 9 km, o início da trilha é por
caminhos bem batidos mais pouco sinalizados (está fora do parque até cruzarmos
a cerca de arame), na segunda parte, caminha-se por seixo oriundo da morena do
Glaciar Piedras Brancas, à medida que se aproxima do Glaciar as pedras aumentam
de tamanho, na sequencia, vão naturalmente diminuindo e a trilha vai ficando
cada vez mais sinalizada e batida. Vale ressaltar que estivemos lá neste mês
(dez – 2013) e que caminhamos durante todo este dia sob neve, que não chegou a
acumular durante o dia, mas que esfriou muito nossas noites no acampamento.
Fizemos este dia de caminhada totalmente carregados, com mochilas que variavam
com pesos de 10 a 15 kg.
3º dia de caminhada:
Campi Poincenot – Laguna Capri: 4,9 km de ida (9,8 km percorridos no dia), em
uma das trilhas mais belas e agradáveis que já pude caminhar, além de muito bem
demarcadas e batidas, enfim... Um paraíso para se caminhar! Como fizemos sem
peso, ficou tudo ainda mais fácil.
4º dia de caminhada
(parte 1): Campi Poincenot – Laguna de Los Três: 2,4 km de ida (4,8 km
percorridos no dia) um subidão, sorte que vamos leves! A ideia e acordar às 4h,
e sair caminhando rapidinho, assim dá pra ver o Fitz rosa refletindo na Laguna.
Mas para nós, brasileiros com pouquíssima resistência ao frio, não foi fácil de
sair da barraca antes das 6h, de qualquer modo, a primeira foto que consegui
dele (ainda rosa, porém sem a Laguna ainda no acampamento) foi as 5:50h, nem
foi tão ruim assim... Depois dessa seção de fotos encaramos a subida para
conhecer a Laguna e chegar o mais próximo possível do Fitz (sem equipos e
procedimentos de escalada). Nossa!!! Que Visu!!! Mas... Viento, mucho viento!!!
Realmente não consguimos ficar mais que alguns minutos, e estávamos “só” a 1472
de altitude. Mas na Patagônia é assim mesmo!
4º dia de caminhada
(parte 1): Campi Poincenot – Chaltén: 9 km (13,8 km percorridos no dia) com
a “casa nas costas” novamente! A primeira ideia era irmos direto ao acampamento
D’agostini, mas o consenso foi seguirmos à cidade, dormirmos melhor e no dia
seguinte irmos do Centro a Laguna e Cro. Torre, leves. O início da trilha é o
mesmo que leva à Capri, e dali para frente segue no mesmo estilo, belíssima e
bem sinalizada, tranquila até o ponto onde começamos à descer em direção à
cidade. Desce, desce, desce muito mesmo (ou sobe... como era nosso planejamento
inicial, mas vale considerar a subida no planejamento, porque é puchada). Tem
que ficar ligado neste trecho pra não forçar os joelhinhos, mas com certeza
vale cada passo.
5º dia de caminhada:
Chaltén – Laguna Torre: 11 km de ida (22 km percorridos no dia), com
mochilinha de atack, partimos para um um sobe e desce, depois a trilha se
estabiliza e segue por paisagens magníficas: hora vimos o Torre, hora o Fitz,
hora ambos! Apesar de durante toda a ida estar bastante nublado, podemos pouco
a pouco ir visualizando a maravilha que é o Cro. Torre. Já na parte final do
caminho, encontramos a bifurcação que vem das Lagunas Madre e Hija / Poincenot
(nosso primeiro projeto...). Quando conseguimos avistar a Laguna Torre o Cro. já
estava com pouquíssimas nuvens e podemos apreciá-lo em toda sua imponência, que
paredes! Diferente da Laguna de los Três, este ponto é bem protegido do vento (é
bem mais baixo) e assim podemos apreciar a paisagem por um bom tempo, sem
pressa. Durante nosso retorno o céu vai ficando cada vez mais azul e a cada
momento “precisamos” parar, olhar para trás, respirar fundo, suspirar e desejar
logo poder estar novamente nesse local mágico.
Além destes cinco dias de caminhadas e dos mais de 60 km
percorridos, deu ainda pra curtir altos dias de turistas em El Calafate...
conhecemos alguns restaurantes, várias lojas de souveniers e bugigangas para
turistas, muuuitas lojas de equipamento de montanha/trekking/camping/caiaque...
tem muita loja de material de aventura, tanto em Calafate como em Chalten.
E, “de quebra” conhecemos o Perito Moreno: UAUU!!! Apesar de
ser um passeio de turismo, é espetacular, mais um desses lugares que a Natureza
mostra quem manda!
O “lance” é colossal! À 7 km de distância ele já parece (e
é, de qualquer ângulo) gigantesco, realmente impressiona! E de perto então,...
os estalos, estrondos, e demais barulhos emitidos pelo colosso, tornam a
paisagem ainda mais impressionante. Para quem se dispõe a esperar, com certeza
será contemplado com alguma ruptura, que se dá pela fragmentação da parede
gelada de 60 metros de altura despencando na Laguna. Hora fragmentos pequenos,
hora gigantescos, se desprendem do Glaciar durante a primavera e o verão, de
acordo com que o Lago Argentino vai também desgelando. Espetáculos
Patagônicos!!!
Certo de que logo estarei novamente em território Patagônico
para vivenciar novas aventuras e partilhar com vocês, vou evitar maiores delongas...
Aventuras Patagônicas à todos!!!
Aquele Abraço!
Marlon R. Silva